… Um perigo muito comum na presente época é o de ficarmos interessados nos aspectos sociais e gerais do cristianismo ao invés de nos seus aspectos pessoais. Isso tem sido de particular importância no século atual. Muita gente hoje, confrontada pelos problemas deste país e da sociedade, diz cada vez mais que o necessário é o ensino bíblico e uma atitude cristã face aos problemas nacionais e sociais. Observe os estadistas e os políticos – mesmo alguns dos líderes entre eles. Embora nos seja dado entender que eles praticamente nunca freqüentam um lugar de culto aos domingos, empregam crescentemente as palavras «religião» e «cristão». Parecem pensar vagamente que o ensino cristão pode ajudar a resolver os problemas do Estado. Conquanto não sejam cristãos ativos e praticantes… e não dêem nenhuma obediência pessoal ao Senhor, parecem pensar que o cristianismo pode ser de ajuda de maneira geral. Estamos sempre em terreno perigoso quando começamos a falar de «civilização cristã» e valores «cristãos» ou «ocidentais». … Refiro-me particularmente à tendência de considerar o cristianismo como se fosse nada mais do que um ensino anticomunista. Isto se pode ver no modo como certas organizações cristãs às vezes fazem propaganda, e no emprego que fazem de lemas tais como «Cristo ou comunismo?», etc… … Isso funciona de maneira muito sutil. A pessoa se persuade de que, visto que é anticomunista, seguramente é cristã. Mas uma coisa não decorre da outra. … Substituir o particular e pessoal pelo social e geral nos assuntos cristãos é sempre um perigo terrível. … Se vejo que o meu interesse tende a ser mais e mais geral, ou social, ou político, se nisso consiste de maneira crescente o meu principal interesse pelo cristianismo, então estou numa condição extremamente perigosa, porque provavelmente parei de examinar-me.
Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES
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