3 de abril – “Agora todos podemos viver deste modo” (Oliver Schreiner)

… Todos os cristãos devem ser assim. Leia as bem-aventuranças, e você terá ali uma descrição do que se espera que cada cristão seja. Não é somente a descrição de alguns cristãos excepcionais. Nosso Senhor não diz ali que vai pintar o quadro daquilo que certas personalidades de destaque vão ser e podem ser neste mundo. Sua descrição é de todo e qualquer cristão…

(É) fatal a tendência de dividir os cristãos em dois grupos – religiosos e leigos, cristãos excepcionais e cristãos comuns, um fazendo da vida cristã uma vocação e outro aplicado às atividades seculares. Essa tendência não é só total e completamente antibíblica; é destrutiva de modo final para a verdadeira piedade, e de muitas maneiras é uma negação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Não há tais distinções na Bíblia. Há distinções de ofícios – apóstolos, profetas, mestres, pastores, evangelistas, e assim por diante. Mas estas bem-aventuranças não são uma descrição de ofícios; são uma descrição do caráter. E, do ponto de vista do caráter, bem como do que se espera que sejamos, não há diferença entre um cristão e outro…

Leia a introdução de quase todas as epístolas do Novo Testamento, e verá que todos os crentes recebem o tratamento que aparece na Epístola a Corinto: “chamados para ser santos”. Todos são “canonizados”, se se quer usar o termo; não apenas alguns cristãos. A idéia de que esta altitude da vida cristã visa apenas a uns poucos elementos seletos, e que o restante deve viver em chãs planícies, é completa negação do Sermão da Montanha, particularmente as bem-aventuranças… Portanto, despojemo-nos de uma vez por todas e para sempre dessa noção falsa. O que temos aqui não é mera descrição dos Hudson Taylor ou dos George Müller ou dos Whitefield ou dos Wesley deste mundo; é descrição de todo cristão. Seu propósito a nosso respeito é que nos enquadremos em seu esquema e nos elevemos a seu padrão.

Extraído do devocional “Mensagem para hoje – Leituras diárias selecionadas das obras de D. M. Lloyd-Jones” – sob autorização da Editora PES